terça-feira, 5 de abril de 2011

Ford 1925, o primeiro carro a álcool no Brasil


Por Nelson Marcolin
Agência AutoInforme - Um Ford empoeirado de quatro cilindros com faixas toscas amarradas na lateral, dirigido por um motorista de capuz, óculos de proteção e guarda-pó, é o carro mais antigo que se tem notícia a rodar com álcool no Brasil. Em agosto de 1925 o Ford percorreu 230 quilômetros em uma corrida no Circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, na primeira prova automobilística realizada pelo Automóvel Clube do Brasil. O consumo foi de cinco quilômetros por litro. No mesmo ano, o carro fez os percursos Rio-São Paulo, Rio-Barra do Piraí e Rio-Petrópolis. O combustível era álcool etílico hidratado 70% (com 30% de água). "Era quase aguardente", diz o químico Abraão Iachan, assessor da diretoria do Instituto Nacional de Tecnologia (INT). A cachaça tem entre 38% e 54% de álcool na sua composição.
As primeiras experiências com esse carro ocorreram na Estação Experimental de Combustíveis e Minérios (EECM), organismo governamental de pesquisa que se transformou no INT, em 1933. A motivação da época não era muito diferente da de hoje. O então presidente Epitácio Pessoa (1919-1922) já reclamava em 1922 da "colossal importação de gasolina no Brasil", aludia ao "uso do álcool em seu lugar" e previa o "amparo que a solução prestaria à indústria canavieira". O governo seguinte, de Arthur Bernardes (1922-1926), encomendou à EECM um projeto de desenvolvimento de motores a álcool, que pudesse também servir de base para legislação sobre o assunto.
O diretor e um dos criadores da EECM, o engenheiro geógrafo e civil Ernesto Lopes da Fonseca Costa, era um entusiasta do projeto. A coordenação dos trabalhos foi do engenheiro Heraldo de Souza Mattos, dublê de pesquisador e piloto de testes do velho Ford, obtido por empréstimo. "Essas experiências tiveram por objetivo elucidar, entre outros, os seguintes pontos ainda mal conhecidos naquela época: causas prováveis das corrosões freqüentemente observadas nas diversas peças do motor alimentado com álcool; condições indispensáveis à perfeita carburação dos carburantes alcoólicos; consumo específico e fatores interferentes no rendimento térmico do motor", escreveu Fonseca Costa no prefácio do livro Álcool motor e motores a explosão, de Eduardo Sabino de Oliveira (Instituto do Açúcar e do Álcool, 1942).
A prioridade da EECM era como tornar viável a mistura do álcool com a gasolina importada e não substituir inteiramente um combustível pelo outro. Essa mistura passou a ocorrer obrigatoriamente na década de 1930, com várias leis municipais, estaduais e federais que estabeleciam a adição de 5% a 10% de álcool à gasolina. Nos anos 1920 o Brasil produzia 150 mil litros do combustível derivado da cana, fabricado em pequenas destilarias de aguardente. Nas décadas seguintes o país investiu na produção de álcool anidro (com pequena quantidade de água), mais adequado à mistura para motores a explosão.
O uso do álcool como combustível já estava na mira de diversas empresas e governos desde o início do século XX. O próprio Henry Ford, criador da indústria automobilística nos Estados Unidos, rodou com um Ford de 1914 abastecido com álcool. É famosa sua previsão para o New York Times, em 1925: o álcool seria o "combustível do futuro". Na França havia pesquisas alentadas sobre o poder carburante do álcool em motores a explosão. E outros países, como Inglaterra, Alemanha, Holanda e África do Sul, tiveram experiências semelhantes, todos antes do Brasil. Foi na segunda metade dos anos 1970 que o investimento científico e governamental no Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, levou o país a tornar-se a principal referência mundial nesse combustível por meio de experiências duradouras e economicamente bem-sucedidas.
Pesquisa Fapesp



Henry Ford, inventor da produção em série, rodou com um Ford T abastecido com álcool em 1914


Um Ford empoeirado de quatro cilindros com faixas toscas amarradas na lateral, dirigido por um motorista de capuz, óculos de proteção e guarda-pó, é o carro mais antigo de que se tem notícia a rodar com álcool no Brasil. Em agosto de 1925 o Ford percorreu 230 km em uma corrida no Circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, na primeira prova automobilística realizada pelo Automóvel Clube do Brasil. O consumo foi de 5 km/l. No mesmo ano, o carro fez os percursos Rio-São Paulo, Rio-Barra do Piraí e Rio-Petrópolis. O combustível era álcool etílico hidratado 70% (com 30% de água). "Era quase aguardente", diz o químico Abraão Iachan, assessor da diretoria do Instituto Nacional de Tecnologia (INT). A cachaça tem entre 38% e 54% de álcool na sua composição. As primeiras experiências com esse carro ocorreram na Estação Experimental de Combustíveis e Minérios (EECM), organismo governamental de pesquisa que se transformou no INT, em 1933. A motivação da época não era muito diferente da de hoje.O presidente da época, Epitácio Pessoa (1919-1922), já reclamava em 1922 da "colossal importação de gasolina no Brasil", aludia ao "uso do álcool em seu lugar" e previa o "amparo que a solução prestaria à indústria canavieira". O governo seguinte, de Arthur Bernardes (1922-1926), encomendou à EECM um projeto de desenvolvimento de motores a álcool, que pudesse também servir de base para legislação sobre o assunto.O diretor e um dos criadores da EECM, o engenheiro geógrafo e civil Ernesto Lopes da Fonseca Costa, era um entusiasta do projeto. A coordenação dos trabalhos foi do engenheiro Heraldo de Souza Mattos, dublê de pesquisador e piloto de testes do velho Ford, obtido por empréstimo. "Essas experiências tiveram por objetivo elucidar, entre outros, os seguintes pontos ainda mal conhecidos naquela época: causas prováveis das corrosões freqüentemente observadas nas diversas peças do motor alimentado com álcool; condições indispensáveis à perfeita carburação dos carburantes alcoólicos; consumo específico e fatores interferentes no rendimento térmico do motor", escreveu Fonseca Costa no prefácio do livro “Álcool motor e motores a explosão”, de Eduardo Sabino de Oliveira (Instituto do Açúcar e do Álcool, 1942). A prioridade da EECM era como tornar viável a mistura do álcool com a gasolina importada e não substituir inteiramente um combustível pelo outro. Essa mistura passou a ocorrer obrigatoriamente na década de 1930, com várias leis municipais, estaduais e federais que estabeleciam a adição de 5% a 10% de álcool à gasolina.Nos anos 1920 o Brasil produzia 150 mil litros do combustível derivado da cana, fabricado em pequenas destilarias de aguardente. Nas décadas seguintes o país investiu na produção de álcool anidro (com pequena quantidade de água), mais adequado à mistura para motores a explosão. O uso do álcool como combustível já estava na mira de diversas empresas e governos desde o início do século XX. O próprio Henry Ford, criador da indústria automobilística nos Estados Unidos, rodou com um Ford de 1914 abastecido com álcool. É famosa sua previsão para o New York Times, em 1925: o álcool seria o "combustível do futuro". Na França havia pesquisas alentadas sobre o poder carburante do álcool em motores a explosão. E outros países, como Inglaterra, Alemanha, Holanda e África do Sul, tiveram experiências semelhantes, todos antes do Brasil.Foi na segunda metade dos anos 1970 que o investimento científico e governamental no Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, levou o país a se tornar a principal referência mundial nesse combustível por meio de experiências duradouras e economicamente bem-sucedidas.
Fonte: Webmotors


E HOJE A GENTE PAGA UMA FORTUNA NO LITRO DE "ETANOL", ANTIGAMENTE CONHECIDO SIMPLESMENTE COMO "ALCOOL".

EM TEMPO:


Todo ano é a mesma coisa, as usinas dão alguma desculpa pra diminuir a produção de álcool hidratado e com menos produto no mercado, os preços sobem.
O problema maior acontece nas cidades mais distantes das usinas, onde o álcool chega ainda mais caro e a maioria dos proprietários de carro flex (pode ser abastecidos com álcool ou gasolina) ficam sem saber com qual combustível é mais vantajoso abastecer.
Abaixo segue uma tabela comparativa de preços de gasolina e álcool muito útil que faz essa comparação para você, eu imprimi uma desta e carrego dentro da carteira para eventuais viagens e abastecimentos pelo caminho (clique na imagem para vê-la em tamanho real):


Tabela comparativa de preços de álcool e gasolina
Tabela comparativa de preços de álcool e gasolina
Se por acaso você não imprimiu a tabela, existe uma fórmula bem fácil pra chegar à estes valores (hoje em dia todo e qualquer celular tem calculadora), basta pegar o preço da gasolina, 70% e você obterá o valor de referência para o álcool, peguemos um exemplo:
R$ 2,50 (valor da gasolina) x 0,7 (70%) = R$ 1,75 (valor de referência para o álcool)
Então veja desta maneira, se a gasolina da sua cidade está R$ 2,50 e o álcool R$ 1,75 ou mais, compensa abastecer à gasolina e abaixo de 1,75 compensa abastecer no álcool. Cabe ressaltar que, para quem viaja diariamente com o carro, o álcool é ainda mais compensador, já que a autonomia aumenta bastante, um exemplo bem comum: Um carro que a álcool faz 6 km/l na cidade fará uma média entre 10 e 11 km/l na rodovia, praticamente dobrando a vantagem do menor preço.
Sem dizer que o álcool tem MUITAS vantagens, inclusive ecológicas, sobre a gasolina, como você pode ver abaixo:
  • Combustível ecologicamente correto, o álcool não afeta a camada de ozônio e é obtido de fonte renovável.
  • Como é obtido da cana-de-açúcar, ajuda na redução do gás carbônico da atmosfera, através da fotossíntese nos canaviais.
  • Seguindo recomendações específicas, pode ser misturado ao diesel, e à gasolina, como também pode ser utilizado sem aditivos, sem que com isso o motor sofra.
  • O álcool não contamina o óleo.
  • Refrigera a câmara de combustão.
  • Aumenta a vida útil do motor.
  • O álcool por ser mais limpo e seco, irá efetuar a limpeza das peças e componentes do motor que podem acumular impurezas deixadas pela gasolina.
Sem dizer nas dicas de economia que se aplicam a qualquer veículo:
  • Evite acelerar bruscamente ou de maneira desnecessária. O mesmo vale para os freios.
  • Quando chegar à velocidade desejada, alivie aos poucos o acelerador.
  • Não acelere o veículo antes de desligá-lo, você pode danificar o catalisador o que aumenta a emissão de poluentes.
  • Aerodinâmica: dê preferência por andar com as janelas fechadas. A redução da resistência do ar reverte na economia de combustível.
  • Verifique sempre os filtros de ar e de combustível e efetue as trocas conforme as recomendações do fabricante.
  • Não carregue mais peso do que o estipulado pelo fabricante, o consumo de combustível será maior, além de prejudicar a suspensão.
  • Retire o bagageiro quando não for usá-lo. A resistência produzida por ele aumenta o consumo de combustível.
  • Utilize o acelerador com suavidade.
  • Respeite o conta-giros, troque as marchas na rotação indicada, isso economiza combustível.
  • O excesso de velocidade, além de ocorrer riscos de segurança, aumenta o consumo de combustível. Pesquisas realizadas pela Petrobrás indicaram um aumento de consumo de até 20% nos veículos que andavam a 100 km/h com relação aos que andavam a 80 km/h. Isso se dá à resistência ao ar, quanto mais o carro corre, mais força ele tem de fazer para atravessar a barreira de ar que está “parada” diante dele.
  • Motor desregulado pode consumir até 60% mais combustível do que o normal.
  • Controle seu consumo, sempre anote a quantidade de combustível abastecida e a quilometragem percorrida, assim saberá o quanto está rodando o seu veículo em quilometragem por litro.

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