A desmontagem foi feita na quarta etapa do ano, em junho, também em Interlagos, em frente a um dos boxes. Com o carro inteirinho, mas em estado duvidoso, 25 profissionais tiveram o desafio de desmontar todo o veículo em menos de uma hora e deixá-lo pronto para a restauração.
E não é que levaram apenas 11 minutos para tal feito?
Pois bem, após desmontado, o carro foi para a oficina onde esteve até o último domingo, quando foi levado, em partes, para Interlagos, para novamente aos olhos de pilotos e parte do público ser montado com o desafio de uma hora. O carro recebeu motor, câmbio, suspensões, banco, instrumentos do painel, lanternas, faróis, emblemas e outros detalhes de acabamento novos, tudo como era originalmente em 1962.
Segundo Dener, a Porsche alemã mantém uma divisão de carros clássicos e continua fabricando as peças para eles, tal qual eram na época, mas com tecnologia de hoje. É mais ou menos isso. O carro não perde sua originalidade, mas recebe uma garantia de peças da própria fábrica. O 356 a ser montado em Interlagos tinha como únicas partes já instaladas os vidros, a forração do teto e a tapeçaria. Isso porque a fixação de tais componentes depende de aplicação de colas cujo tempo de secagem pode chegar a três horas.
A escolha do 356 aconteceu porque ele é um dos carros mais importantes da história da Porsche, tendo sido, em 1948, o primeiro modelo a receber a marca. Quanto à escolha da cor, um outro ponto positivo da ação, os próprios pilotos puderam ao longo do ano votar em qual preferiam e também em qual tipo e cor de estofado achavam mais bonito – dentro de um leque pré-estabelecido que trazia somente as cores originalmente disponíveis para o modelo. Tinha mais peso o voto dos pilotos melhores classificados em cada prova. O Porsche 356 em questão chegou ao Brasil pintado de vermelho e com interior preto. A cor externa (Ivory Light, um tom “marfim”, bege claro) e o acabamento interno (em vinho e cinza) foram os escolhidos para a restauração.
Todo o cuidado em manter os padrões de originalidade permitiu ao Porsche 356 receber a placa preta dada pelo Detran aos veículos clássicos que mantenham suas características originais. E uma placa bem sugestiva - ‘CUP-0356’.
Às 10h30, o carro começou a ser montado. Inicialmente, me chamou a atenção o fato dos profissionais não estarem correndo nem se esbarrando um no outro. Realmente, tudo foi muito bem pensado. Após colocação de motor, pneus, portas, freios, tanque de combustível, amortecedores, freios, bateria e tudo mais, o carro foi ligado após 41 minutos de trabalho. Desafio cumprido, até um dos diretores de marketing da Porsche alemã que lá estava ficou abismado e disse que ainda bem que pôde ver aquilo com os próprios olhos.
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